É NATAL...


                                 


                    




                           
   “A FÉ NÃO COSTUMA  ‘Faiá’ ”.    

                                                                                    Elias Abrahim Neto           

Somos todos iguais segundo nossa Constituição. Mas não é bem assim.

No Brasil privilégios se acumulam nos meios políticos, dissonantes com a carta magna, cheia de emendas.

Na questão da fé, discriminações também acontecem neste Estado laico, onde tantas vezes Jesus Cristo parece propriedade privada deste ou daquele credo religioso. Tantas são as fraternidades onde nem todos são irmãos, num mundo de vários deuses que se opõem.

Templos vários vão se estabelecendo, alguns majestosos, outros modestos, em barracões alugados, em garagens, em terreiros... Qualquer cantinho serve...  

Igrejas nascem, com denominações diversas, de uma hora pra outra, da noite pro dia.

Pastores se multiplicam. Alguns com belas pregações; outros, com indisfarçável despreparo, proferem palavras vãs, como se fossem daninhas sementes quaisquer lançadas ao sabor dos ventos e de seus interesses vis.

Tantas vezes, a evangelização desvia-se dos verdadeiros objetivos, dos valores sociais e cristãos, tornando-se um negócio muito lucrativo. Infelizmente, existem os que se aproveitam despudoradamente da fragilidade humana, daquele que busca por respostas para a vida e conforto espiritual.

Nessa seara, surgem os “iluminados” que realizam milagres “a la carte”, em nome de Jesus, angariando cada vez mais fiéis com aflitivas contribuições extorsivas.

A questão subjetiva não está na fé.

Como diz Gilberto Gil em sua música: “andar com fé eu vou, que a fé não costuma ‘faiá’...” O grande problema está no oportunismo e  na  inescrupulosa exploração desta fé ,em proveito próprio .    

Então, ”não saibas a tua  mão esquerda  o que faz a direita”.(Mateus VI: 1-4) . 

Nestes tempos difíceis vamos virar a página 17 do calendário gregoriano, com fé e esperança, lembrando que não estamos sós. Muitos vieram antes e outros virão depois.

Jesus não era careta, tinha virtudes, defeitos e fraquezas e nos deixou como legado a mensagem viva de amor ao próximo.

É tempo de confraternização. É tempo de reflexão e oração.

Queremos todos ser iguais. Queremos todos ser felizes.

É Natal!



NATAL E ANO NOVO: um tempo para mudanças

Cláudio Verneque Guerson

Natal é a data para celebrar o novo, o nascimento da novidade. Nesta data os cristãos celebram o nascimento de Cristo. Um acontecimento cheio de esperanças para uma vida melhor. Expectativas para mudança! A época do Natal é um bom momento para celebração da amizade, do carinho, da partilha... Para os cristãos do mundo todo é quando a presença de Cristo em meio à humanidade é lembrada e celebrada. Um tempo de trocar presentes e acreditar na beleza da criação e do ser humano.

O Ano Novo é a data para planejar a novidade. Pessoas no mundo todo criam projetos de mudança: trabalhar; aposentar; fazer exercícios; descansar; ficar mais próximo da família; viajar; ser mais carinhoso com os amigos; acertar as diferenças com os outros; comprar; pagar as contas...

Todo o clima dessa época gira em torno da mudança. Muitas vezes tememos a mudança. Queremos permanecer acomodados em possível lugar seguro. No entanto, a vida é dinâmica, nisto está sua beleza. Sempre surgi um novo desafio para tornar melhor o que já somos. Por mais difícil e penoso o horizonte a frente, após a tempestade vem a bonança.

É verdade, a vida está repleta de inquietações e desassossego diante do sentido de viver. No entanto, existem lugares de refrigério, de “recarregar as baterias”. Esses lugares representam o oxigênio para manter a vida. É possível fazer uma lista de possibilidades para alimentar a vida. Uma possibilidade, acredito, é a literatura. Por meio dela é possível acessar informações e ideias para construir o conhecimento do indivíduo e dar sentido ao ato de existir.

Outras possibilidades de ações para “oxigenar” a vida podem ser listadas. Este é o exercício comum a todos nessa época do ano. Ao trocar os presentes de Natal, pense sobre o que transforma e celebra a vida. Aquilo que for escolhido deve representar o melhor de você para o outro, um presente cheio de significado e desafio para celebrar a vida.

Natal! Dê presentes. No entanto, não se esqueça de levar em conta que devem trazer “oxigênio” para a vida, para o ato de viver, celebrar a vida.

Ano Novo! Acredite em reorganizar, mudar. Por mais difícil que pareça ser, acredite na possibilidade de mudança. Avalie, planeje, tenha coragem. Como indica Carl Sagan a avaliação nos leva ao acerto: “Se nos recusarmos radicalmente a reconhecer em que ponto somos propensos a cair em erros, podemos ter quase certeza de que o erro – mesmo o engano sério, os erros profundos – nos acompanhará para sempre. Mas, se somos capazes de uma pequena auto avaliação corajosa, quaisquer que sejam as reflexões tristes que possa provocar, as nossas chances melhoram muito”. SAGAN, Carl. “O mundo assombrado pelos demônios:a ciência vista como uma vela no escuro.” São Paulo: Cia. das Letras, 1997.




                       MARIAS...


                          Passaram tantas Marias
                          Em procissão vida afora    
                          Por minha vida vazia
                          Dessas Marias de outrora...

Maria Virgem e boa
Samaritana da praça
Maria mulher à toa
Maria cheia de graça...

                          No vira-volta dos fados
                          Pela ciranda de amores
                          Maria dos meus pecados
                          Maria das minhas dores...

São  mil Marias que invento
Na solidão dessa via
Maria que vem no vento
Da minha melancolia...

Terezinha Lintz Guedes Machado
  


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