GARIMPO DE MEMÓRIAS AO AROMA DE PÉ-DE-MOLEQUE

outubro 19, 2016

GARIMPO DE MEMÓRIAS AO AROMA DE PÉ-DE-MOLEQUE

GARIMPO DE MEMÓRIAS AO AROMA DE PÉ-DE-MOLEQUE

Piso original da antiga Praça do Urubu - Foto
Elias Abrahim Neto

O termo “pé-de-moleque” serve-se a denominar um tipo de piso ou calçamento muito utilizado tempos atrás. Pedras irregulares se assentavam lado a lado, cobriam o chão de terra batida, compondo ruas em ladeiras ou planícies de cidades brasileiras.

Segundo o relato que ouvi de um tradicional doceiro ambulante(não sei se fruto de sua imaginação ou se resultado de histórias transmitidas oralmente e registradas por ele), essa palavra “pé-de-moleque” originou-se de um episódio em que a protagonista uma senhora que fazia uma iguaria à base de amendoim torrado e rapadura. Ao preparar o saboroso quitude, tradicional dos festejos juninos, colocava-os em sua janela para secarem. O aroma exalado pela guloseima viajava pelo ar, o que atraía algum moleque que o surrupiava. Repreendido pela velha, dessa ouvia: “pede, moleque, não precisa roubar”.

Pode ser que haja uma outra versão para a origem desse nome, pura invenção, ou outras versões.

Em minhas observações, arrisquei a registrar, com os recursos de meu celular, o piso ancestral e original da antiga Praça do Urubu, ora em reforma, revelado pelos operários que realizavam as escavações no local.

É possível também, apreciar esse mesmo “piso pé-de-moleque” em parte da Rua João de Almeida Cruz, talvez a única rua que resiste ao asfalto, preservado desde os tempos imperiais, que dá acesso do morro dos Pirineus à generosa mina das Taboquinhas, denominação esta devido à abundância de taquaras, planta da família dos bambus, apreciadas para a feitura de artefatos utilitários.

Sobre a mina, segundo informações geológicas, o lençol freático encontra-se a prováveis 30 metros de profundidade sob o morro da Vila Esteves.