DÉCADA DE 1980 - O TURBILHÃO PESSOAL E OS AGITOS CULTURAIS




DÉCADA DE 1980 - O TURBILHÃO PESSOAL E OS AGITOS CULTURAIS





Um turbilhão de quase tudo aconteceu na minha vida nos 80. Formatura, namoro, noivado, volta pra Leopoldina, retornoao Rio, fantasias no carnaval leopoldinense, desfile e disputa de samba-enredo na Princesa Leopoldina, o casamento, a morte do meu pai, a Rua Professor João Batista Alvim, a moção recebida da Câmara Municipal, o nascimento da primeira filha (a segunda viria em 91), o primeiro voto para presidente, a criação de minhocas e da Minhocoop no Rio, o prêmio da Revista Globo Rural, a enchente que causou mortes em Leopoldina e que levou parte do acervo histórico dos meus pais, as pesquisas na Gazeta de Leopoldina, na Biblioteca Municipal, nas Igrejas e nos Cartórios de Leopoldina e de Piacatuba, as coleções com centenas de insetos e de serpentes doadas ao IBDF, os “agitos” culturais leopoldinenses, as viagens “Brasil a fora e Minas a dentro”, pesquisando. E as incontáveis “horas roubadas ao sono”, lendo e escrevendo – como diria Arthur Rezende.

Vi e fotografei a inauguração do Museu da Usina Maurício, para o qual doei o retrato do coronel que lhe dá nome; vi o nascimento do “Espaço dos Anjos” e participei do Projeto ‘Conhecer para valorizar’, do Fael, em Piacatuba; comemorei o centenário de Augusto dos Anjos, os 75 e os 80 anos do Ginásio Leopoldinense; estive nos lançamentos da Antologia Leopoldinense e do Almanack do Arrebol – para o qual escrevi alguns textos; participei da edição de “Feijão Cru em Quadrinhos”, com o Lisboa e o Elias, escrevendo a “Cronologia” dos fatos marcantes da nossa história; etc. E nos 80 surgiu a ideia de pesquisar sobre as origens da família Fajardo - minha, pelo lado materno, e da minha então noiva, Alzirinha, pelo lado paterno; e a organização da Reunião da família, em 1983. E acredite, se quiser, em 1984, a TV Manchete do Rio veio a Piacatuba, produziu e transmitiu a História da Cruz Queimada, no programa “Acredite, se quiser”, a partir de uma sugestão que enviei para a emissora.

Foi nos 80 que fiz as primeiras incursões e “cometi” os primeiros escritos - pelas brenhas da nossa história e da nossa cultura. Tive o privilégio de produzir eventos e publicar obras com grandes parceiros - Lisboa, Elias, Raphael, Meneghite, Sebastião Heitor, Lúcio Sampaio, entre outros. Desde aquela época, fui ampliando minhas pesquisas e aumentando o meu acervo e minhas “escrevenças”. E, de lá pra cá, já produzi dezenas de exposições e cerca de cem artigos, publicados nos mais variados veículos, mídias, eventos e localidades – alguns desses trabalhos têm servido, inclusive, para subsidiar monografias e dissertações de bacharelado e de mestrado.

O meu acervo histórico cresceu e tem hoje centenas de livros e milhares de documentos e fotos; e com ele cresceu o meu senso crítico, mais observador e mais contextualizado, que me ajuda a conhecer e entender melhor nosso passado - e que também ajuda a reparar alguns ‘escorregões’, lapsos e equívocos cometidos nos primeiros escritos.

Mas, entre alguns dos acontecimentos que marcaram a minha vida, naqueles memoráveis Anos 80, na minha querida Leopoldina, e que me enchem de alegria e de orgulho estão as amizades conquistadas daqueles que me deram atenção, dados, informações e material; e as parcerias exercidas com pessoas transbordantes de sabedoria, de generosidade, de talento e de gentileza que me proporcionaram, além de um convívio maravilhoso, um aprendizado sem fim.

Plínio Fajardo Alvim – Leopoldinense. Pesquisador da história da Mata mineira. Ferroviarista. Ambientalista. Administrador pela UFRJ, pós-graduado. Membro da Academia Ferroviária de Letras, do Movimento de Preservação Ferroviária, do Grupo Brasil Verde e do Instituto CULTURAR.

*Texto  publicado no Almanaque Arrebol REMEMÓRIA 80 - Dezembro/2014

                                           
 Lisboa,Elias,Raphael e Plínio, no lançamento 
do Feijão Cru em Quadrinhos.


Comentários

Postagens mais Visitadas